
20 anos do novecentos e onze.
é um aniversário ao contrário,
comemorando a tragédia dos erros.
“tudo inesperado”, dizem
sem o serem…
a américa não aprende mesmo!
qualquer pessoa razoável diria
que depois de saigon, não
deveria haver afeganistão.
mas não… deram-lhes
20 anos de “democracia”
foi bom? foi bom?
egoístas
xenófobos
agora abandonam aliados à própria sorte.
a américa cospe no prato que come…
não se deve confiar em quem cospe no prato que come.
é a china agora que ameaça a supremacia americana.
bom seria aprenderem, antes que tarde,
que a china nunca seria democratizada,
e nenhuma guerra contra a china seria ganha:
capitalismo ocidental vs capitalismo oriental
aquele expansivo & predador, e este também
o lucro é o prejuízo do resto do mundo
inclusive o planeta!
deixemos de vender infraestrutura aos chineses –
algum país?
deixemos de explorar a mão-de-obra barata chinesa
e mandemos para onde se paga salários mais altos –
alguma empresa?
deixemos de consumir artigos inúteis chineses –
alguém aí?
descartemos os celulares descartáveis de um ou dois anos de vida –
alguém se dispõe?
sacrifiquemos o consumo…
você? ou você aí?
e apesar das alterações climáticas –
furacões
tempestades
inundações
incêndios
alteração das marés
alteração das temperaturas
estações do ano viradas de ponta-cabeça
– nenhum americano está disposto a abdicar
do carro brutal,
do ar condicionado
do bife industrial
e de tudo o que seria preciso para salvar o planeta.
alguém mais se voluntaria?
a américa não sabe alimentar-se
a américa não sabe cuidar-se –
alguém sabe? –
e apesar dos pesares,
jornais sofisticados publicam
receitas carregadas de
açúcar &
gorduras &
carbohidratos &
…
os vilões do excesso.
a fórmula é simples:
porções gigantes + alimentação desregrada + consumo imoderado de: (sal, comida processada, refrigerantes) ---------------------------------------------------------- percentagem alucinante de gente doente obesa, diabética, cardíaca.
oh! que surpresa! por favor, não se espante tanto…
estaríamos nós, o “resto do mundo”, nos americanizando?
americanos. demasiadamente americanos – diria o filósofo enlouquecido.
mas se até os não-tão-loucos Rajaneeshes, com seu sonho de comunidade e união
em um projeto (quase) perfeito foram extirpados
da intolerante e ignorante sociedade americana – eliminar o diferente
e unir-se na força da idéia única, que não aceita o diverso –
o que dizer do amor? aquele, universal?
a américa inventou as novas tecnologias
das redes sociais pseudogratuitas
que enriquecem os já ricos acionistas
às custas do tráfico de dados dos usuários –
usuários-dependentes
entorpecidos
– sem entenderem a inversão de poder que isso representa.
no silicon valley recrutam políticos-marionetes,
o capitólio foi invadido pela doença política americana
as migrações das subculturas sulamericanas
o racismo e a censura que cancela pessoas e culturas,
o empobrecimento da classe média e o isolacionismo ignorante
– e confortante – de não saberem onde fica o resto do mundo…
e junte a este caldo os fundamentalistas
os terroristas internos, os assassinos
que continuam a matar indiscriminadamente,
os fanáticos defensores do porte de armas,
o lobby da guerra e seus inimigos imaginários,
e os que rezam pelo regresso messiânico de trump,
onde o corona faz razia com base no egoísmo coletivo
nos maus hábitos e na resistência supersticiosa
ou ideológica dos anti-vaxxer (libertários ou egoístas)
está-se de um lado ou de outro
e “os outros” jamais aceitarão submeter-se.
Manchete:
“Ex-marine armado mata 12 em bar country da Califórnia”
por quê? perguntaria você, não americano.
porque tinha síndrome pós-traumático?
porque sofria de perturbações?
porque “não prestavam” (palavras dele)?
porque sim…
mas sobretudo, por que não?
tinha acesso a armas
no pais da liberdade,
no país da oportunidade.
o sol se põe no império americano
neste 11 de Setembro de 2021.
não era bem isto que se esperava…