Painting by Virginia McDonald
cuidado ao poetar, poeta,
com as rimas que abres tua boeta.
cuidado pra que tua caneta
não se funda com tua baioneta.

temida sentença essa que guarnece;
baioneta sutil só enfurece.
na caneta afiada, se entorpece
do verbo solo, que desobedece.

endurecer o núcleo, até se pode,
desde que a fieza não se incomode
tanto. e se te acometer a amargura,

e de tudo esqueceres, a ternura,
jamais, essa jamais irás perder!
     poetar, sempre, poeta de ser…