(*) Nesta definição dada por um programa de IA (“Inteligência” Artificial), é dito que a expressão é usada na indústria cinematográfica e de televisão para sinalizar o início de filmagem, e se tornou uma parte integral da indústria, simbolizando o início do processo criativo e os aspectos técnicos da produção. Diz também que, embora sua origem seja incerta, é muitas vezes atribuída ao diretor D.W. Griffith. Com a era da mídia digital, a expressão adquiriu um “novo” (?) significado, representando a democratização da produção de filmes, onde qualquer pessoa com uma câmera e uma ideia pode criar conteúdo para um público global.
O que o AI não foi capaz de relacionar é o vanguardismo do Cinema Novo: “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.
Na efervescência cultural da década de 1960, um movimento insurgia-se nos meandros da sétima arte brasileira: o Cinema Novo! Rebento audacioso de mentes inquietas, almejava mais que simples imagens em movimento; buscava em cada fotograma a essência nua e crua da realidade da época, os matizes intricados da atual teia social e política. Os artífices desse movimento, imbuídos de um ímpeto vanguardista, rechaçavam a estética convencional, almejando uma linguagem fílmica genuína, despojada do viés comercial, contaminada com uma veracidade quase documental.
“Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, proclamava Glauber Rocha, lumina maior desse ímpeto insurgente. Nessa sentença lapidar, ecoava a premissa inegociável de que, para tecer em imagens, urge antes urdir em ideias, em sonhos, em anseios. A técnica, insensível, que fique subjugada ante a pulsão criativa e a clareza de propósito!
Assim, o Cinema Novo, mais que um movimento, revelava-se um manifesto, um brado de liberdade artística, um clamor por autenticidade em cada fotograma, em cada cena, em cada alma que se debruçasse sobre suas imagens… E bem antes da (des)inteligência artificial!